sexta-feira, janeiro 20, 2006

Fotoreportagem: Manifestação de Estudantes


9 de Novembro de 2005

Estudantes divididos já estão vencidos?!


Alameda da Universidade de Lisboa até …

Assembleia da República ou …

Ministério da Ciência e Ensino Superior?

Eis a questão!
(Ou não!)



O Desespero de uma estudante que apenas quer lutar pelo que defende…

Notas: Esta foto ficou um pouco tremida devido ao facto de ter sido captada num momento de fraca luminosidade e do sujeito estar em movimento. (foto captada logo após a divisão da manifestação, em Entrecampos)


Introdução


Eis-nos perante uma manifestação de estudantes do ensino superior estranha desde o momento da sua convocação.
Normalmente, as manifestações de estudantes do ensino superior são marcadas nos Encontros Nacionais de Direcções Associativas (ENDA’s), convocadas por todas as associações presentes e organizadas em reuniões nacionais de AE’s.
Contudo, esta manifestação, tendo como destino a Assembleia da República, foi convocada por um “conjunto de associações” baseadas numa decisão pouco clara do ENDA anterior. Numa reunião realizada poucos dias antes desta manifestação, decidiram alterar o destino para o Ministério da Ciência e Ensino Superior (MCES).
Com esta alteração começou a tecer-se o diferendo que iria rebentar durante a manifestação.
Por outro lado, sendo esta uma manifestação de uma “conjunto de associações”, os problemas de mobilização começaram a surgir desde o início, pois uma manifestação de um “conjunto de associações” não é igual a uma manifestação nacional de estudantes.
A manifestação


No dia 9 de Novembro de 2005, pelas 14h30, começaram a reunir-se estudantes em frente à Reitoria da Universidade de Lisboa.
Notas: Foto captada de um ponto elevado (FDUL), com uma grande profundidade de campo
Apesar das diferenças de pontos de vista, a fraca mobilização era evidente.
Notas: Ilusão de espaço. Imagem reflectida num espelho convexo.
A mobilização policial, por outro lado, era evidente.
Notas: Esta foto ficou tremida porque tentei usar uma abertura muito reduzida para dar uma maior profundidade de campo.
Se não fosse a forte mobilização da Associação Académica de Coimbra que, por um mero acaso, estava em período eleitoral, com a então actual direcção a recandidatar-se, a manifestação teria sido, logo à partida, um fracasso em termos de participantes.
Notas: Usando uma abertura inferior, foi possível que todos os autocarros ficassem +/- nítidos.
Os estudantes de Coimbra ocuparam, pelo menos, 11 autocarros.
Como seria de esperar pela indefinição relativamente ao destino da manifestação, as discussões começaram em plena Alameda da Universidade.
Notas: O céu ficou muito claro devido ao facto da luminosidade do sol ser muito forte.
Também a questão de saber qual a faixa a seguir na “cabeça da manifestação suscitou algumas fontes de tensão. O fim da manifestação parecia cada vez mais próximo.
Notas: Forte luminosidade do sol. Como evitar, nesta situação, em que se está de frente para o sol?
Chegando a Entrecampos, onde, de um lado estava o caminho para a Assembleia da República e do outro para o MCES, a discussão tomou um cariz mais físico …
Notas: É visível o arrastado, como forma de mostrar movimento.
E a confusão e a indefinição instalaram-se …
Notas: Imagem pouco definida, devido ao “calor” do momento.
A partir deste ponto a manifestação prosseguiu dividida em duas pequenas, quase insignificantes tendo em conta a história recente do movimento estudantil. Uma com destino a S. Bento, outra para o MCES. A caminho do MCES seguiram a maior parte das AE’s, representando, contudo, um grupo reduzido de participantes.
Notas: Está tremida, devido à fraca luminosidade que se verificava, resultando num tempo de exposição demasiado lento para a ocasião.
Imagem captada de um ponto elevado, a uma distância considerável

Devido às diferenças entre as informações prestadas pelas fontes presentes (polícia, dirigentes estudantis e estudantes), não foi possível averiguar, de forma correcta, o número de pessoas que se dirigiram à Assembleia da República, nem quem representavam.
Mesmo assim, ainda foi possível ver faixas com mensagens um pouco irónicas.
Conclusão



Segundo os participantes, esta divisão deveu-se a questões partidárias.

O que é certo é que, tanto participantes, polícias como os jornalistas presentes consideraram que estes diferendos resultaram na descredibilização do movimento estudantil e das questões que estes defendem.No final, os dirigentes associativos estudantis expuseram as reivindicações das AE’s no MCES.
Nota final: Esta fotoreportagem foi elaborada no âmbito da disciplina de Atelier de FotoJornalismo, na ESCS, ministrada pelo professor Rui Coutinho, Grande Reporter e ex-editor de fotografia do Diário de Notícias.