quinta-feira, junho 05, 2008

No ensino privado já são avaliados

EDUCAÇÃO. ESCOLAS TÊM MODELO PRÓPRIO DE ANÁLISE

No ensino privado já são avaliados

Os professores dos estabelecimentos públicos foram para a rua agitar cartazes e gritar palavras de ordem contra a ministra da Educação. Nas escolas particulares, a avaliação e normal

LUÍS NEVES FRANCO
Fonte: SÁBADO, 27-03-2008

Todos os dias, às 8h em ponto, a professora Isabel Saldanha da Gama e o marido, Luís João Martins, abrem os portões da Escola de Pedro Nunes, em Lisboa. Passaram a noite lá dentro, a sua casa é na própria escola, que compraram em 1998 e que dirigem desde então, num ambiente quase familiar.

Os 18 professores que lá trabalham conhecem-se bem e a direcção sabe o que cada um faz dentro da sua sala de aula. "Aqui, a avaliação do desempenho dos docentes sempre foi feita. A escola é pequena, temos apenas 154 alunos, e isso facilita as coisas", diz a proprietária, que é também professora e directora pedagógica.

Quando, em Setembro de 2005, a Associação de Estabelecimentos do Ensino Particular e Cooperativo (AEEP), a Federação Nacional de Educação (FNE)e o Sindicato Nacional dos Profissionais da Educação (SINAP) chegaram a acordo sobre o Contrato Colectivo de Trabalho (CCT), que previa um processo de avaliação de desempenho, a direcção resolveu perder seis meses em reuniões com os professores.

"Era necessário explicar o que era, como iria funcionar e para que servia", lembra Isabel Saldanha da Gama.

A Escola de Pedro Nunes (e não o conhecido liceu público Pedro Nunes) é um pequeno externato, mas o que acontece lá é o mesmo que sucede em muitas das maiores escolas privadas - os professores convivem pacificamente com a avaliação contínua que lhes é feita.

No sector privado, os docentes são obrigados a preencher uma ficha de auto-avaliação (ver infografia) em que analisam as suas competências a vários níveis, nomeadamente na capacidade pedagógica, no espírito de liderança ou nas qualidades ao nível da gestão de equipas.

Em algumas escolas, a avaliação é depois complementada por uma reunião trimestral, em que são discutidas as dificuldades e as necessidades de cada professor. Mas o esquema é muito flexível: com mais de 1500 alunos e 150 professores, a aferição da auto-avaliação no Colégio de São João de Brito - onde, entre outros, estudou o antigo líder do CDS Paulo Portas - é feita pela direcção de ciclo e não pela direcção da escola, que só ratifica a avaliação final.

PARA O DIRECTOR EXECUTIVO da AEEP, Rodrigo Queiroz e Melo, este modelo, que foi negociado e aceite por todos os sindicatos do sector, é aberto. "Cada escola decide como e quando o aplicar", podendo fazer ajustes de acordo com o seu projecto educativo. Para além disso, foi criada uma Comissão de Acompanhamento, com elementos da AEEP e dos sindicatos, que procura resolver polémicas e evitar o recurso aos tribunais do trabalho.

A Fenprof propôs a criação de uma comissão deste tipo à ministra da Educação, mas Maria de Lurdes Rodrigues não aceitou. Já tinha o seu modelo desenhado.

Os contornos da nova lei apresentam algumas diferenças em relação ao que acontece no sector privado (ver infografia). Apesar de também preverá existência de mecanismos de auto-avaliação, a solução da ministra, que provocou a fúria dos professores, vai muito mais longe.

Além de se auto-analisarem, os docentes serão avaliados por um coordenador do departamento a que pertencem. Este observará um mínimo de três aulas. O processo completa-se com a realização de uma entrevista com os avaliadores, a opinião pessoal do director da escola e, por fim, a realização de uma reunião dos avaliadores, que têm a responsabilidade de definir a nota final.

No sector privado, é o proprietário do estabelecimento que tem a responsabilidade de legitimar o processo de auto-avaliação.

Só depois de atribuída a classificação o docente saberá se ascende na carreira, o que só acontece se tiver sido classificado pelo menos com um "Bom" (há ainda Insuficiente, Regular, Muito Bom e Excelente). Nos privados, o modelo de progressão é mais elástico. Para subir na carreira, o professor tem apenas de obter um "Suficiente" nos primeiros três anos de actividade, uma maioria de "Bons" num período de três a dez anos e, a partir dos dez anos, tem necessariamente de ser sempre classificado com um "Bom" para avançar.

A movida do chocolate

A movida do chocolate

Telmo Faria tem o mercado medieval, a Vila Natal e agora quer uma eco-vila. "Ideias parvas" para a oposição

Data: 13 de Março de 2008
Fonte: Sábado
Autor: Luís Neves Franco

Na campanha autárquica de 2001, Telmo Faria foi abordado por Sandy Lasberg, um americano de 80 anos residente em Óbidos. Lasberg queria apresentar uma ideia algo estranha: fazer um festival de chocolate na vila. Telmo Faria gostou da ideia - "o chocolate é universal" - integrou-a no programa eleitoral e concretizou-a um ano depois. Na campanha, a oposição andou a dizer que ele tinha "ideias parvas".

Os 10 mil habitantes não concordaram e elegeram-no, aos 29 anos, presidente da Câmara. No 1° Festival Internacional do Chocolate, durante cinco dias de 2002, a vila recebeu quase 200 mil pessoas. Telmo nunca mais parou de ter "ideias parvas" e gosta de falar em "optimismo radical". Há duas semanas, apresentou o projecto OB2, que pretende tornar Óbidos a primeira "eco- vila" portuguesa, com recurso a construção ecológica (a Câmara dará consultoria até aos privados) e recorrendo a energias alternativas. No orçamento municipal já está inscrita como receita a venda de créditos de carbono.

Esta longe de ser a sua ideia mais radical. A seguir ao chocolate, descobriu no Natal um "nicho de mercado" ainda "não aproveitado" por ninguém. "Estava remetido a uma faceta familiar, sem vivência em espaços públicos, excluindo os centros comerciais", aponta. O autarca quis que "Óbidos Vila Natal" tivesse "uma dimensão nacional". Tentou ter o apoio do BES, mas os responsáveis do banco "acharam interessante mas não decidiam. O autarca disse-lhes que "ou apoiavam ou fazíamos sem eles" - e o BES lá se decidiu. Em cada edição (2006 e 2007), quase 200 mil pessoas encheram a Vila Natal. O Mercado Medieval, que já existia antes de chegar à Câmara, passou de "umas feirinhas" - a descrição é da oposição - para 100 mil visitantes anuais.

"ESTAMOS A DAR o exemplo de como se pode animar os centros históricos de forma inovadora", diz o presidente. Mas há críticas. A socialista Helena Correia, ex-vice-presidente da Câmara, acusa-o de "descaracterizar o centro histórico" e diz que "Óbidos está a deixar de ser conhecido pelo que é". Telmo Faria responde que "é, seguramente, uma opinião muito isolada", que "Óbidos é um património vivo desde que se começou a dinamizar o seu centro histórico" e que "quer ser um laboratório de políticas públicas".
Tem com que se entreter. Desde o início do ano contratou a socialite Vicky Fernandes (levada por Carmona Rodrigues para a Câmara de Lisboa e que António Costa dispensou) para conseguir mais patrocínios e animação para os eventos. Onde é que quer chegar com tantas ideias? É verdade que pensa numa candidatura a Leiria em 2009? A resposta é curta: "Estamos motivados para colocar Óbidos acima da capital de distrito em termos de receitas (50 milhões de euros)".

“Não tenho nada a esconder no BPN”

Banco esclarece situação interna 2008-01-28 00:05

“Não tenho nada a esconder no BPN”

Numa altura em que o banco de Portugal está atento às ‘off-shore’, o presidente do Banco desdramatiza as dúvidas lançadas sobre o BPN. “Não tenho razões para desconfiar da minha equipa”, diz.

Por Pedro Marques Pereira com Luís Neves Franco

“Não tenho nada a esconder”. Este é a mensagem de José Oliveira e Costa que ontem recebeu o Diário Económico na sede do BPN, o banco que dirige e que, na edição de sábado do Expresso, foi envolvido em suspeitas de operações pouco transparentes feitas através de empresas ‘off-shore’.

Ao contrário do que o Banco de Portugal tem dito que sucedeu no BCP, “no BPN não há nenhuma situação escondida”, afirma Oliveira e Costa. E acrescenta: “existem regras muito rigorosas sobre essas matérias, espero que as pessoas responsáveis por essas áreas as estejam a cumprir. Não tenho razões para desconfiar da minha equipa”.

Em traje de fim de semana, vestido com um ‘pullover’ Lacoste com as cores do banco – em tons ‘bordeaux’ – Oliveira e Costa diz-se surpreendido com as suspeitas lançadas sobre o banco, uma vez que este tem merecido toda a atenção do Banco de Portugal, que o acompanha de perto na sua actividade normal – ou que, pelo menos até agora, Oliveira e Costa considerava normal – de supervisão. “A intervenção do Banco de Portugal tem sempre sido muito activa”, afirma. “É sempre mais fácil ser profundo nesse acompanhamento com um banco pequeno do que com um grande e no nosso caso o acompanhamento tem sido sempre muito profundo”.

Em relação à actividade de empresas com sede em paraísos fiscais, Oliveira e Costa afirma que sucedem a dois níveis. Ao nível da estrutura accionista, alguns investidores detêm as suas posições através deste tipo de veículos, o que considera ser “normal”, garantindo conhecer a quem pertencem todas estas empresas. “De qualquer forma, embora não possa precisar com rigor, a posição que detêm no banco, no seu conjunto, é materialmente irrelevante”, diz.

Mais abaixo, na actividade de gestão de activos, o banco trabalha igualmente com sociedades ‘off-shore’ cuja actividade principal é a gestão de carteiras de valores, o que considera igualmente ser normal. Algumas destas empresas actuam nos mercados com créditos concedidos pelo banco, mas Oliveira e Costa assegura que o banco cumpre todas as regras que se exigem. “São sociedades detidas por clientes que querem manter uma cortina de uma certa discrição, mas o banco é obrigado a saber – e sabe – quem e o que está por detrás dessas cortinas”, afirma. E garante que, “tanto quanto é possível saber, não existe qualquer motivo de preocupação, nem em relação aos activos em que estes veículos negoceiam, nem relativamente ao grau de risco a que o banco está exposto”.

Os casos polémicos que levaram ao afastamento das equipas de gestão de bancos em Portugal nos últimos anos estiveram ambas relacionadas com a utilização de sociedades ‘off-shore’ que geriam participações financeiras. No caso da Caixa Central de Crédito Agrícola, na altura liderada por Tavares Moreira, as ‘off-shores’ foram utilizadas para defender artificialmente o valor de títulos que o banco tinha na sua carteira própria. No caso do BCP, as informações que têm transpirado dão conta de que o objectivo fosse idêntico, com a agravante das acções artificialmente inflacionadas serem as do próprio banco.

Crise adia entrada em bolsa

O BPN era uma das empresas na calha para entrar na Bolsa de Lisboa mas, em comunicado, esclareceu que vai esperar pela normalização das condições de mercado. “O eclodir durante o processo da crise dos mercados financeiros levaram-nos, em conjugação com o consultor internacional escolhido, a aguardar o restabelecimento das condições de mercado”, refere o documento. “A morosidade dos trabalhos associados à montagem desta operação” é outra das justificações avançadas para os sucessivos adiamentos para entrar no mercado de capitais. O BNP frisou ainda que “a entrada em bolsa nunca teve uma data fixa predefinida”.

O Grupo BPN


- Sociedade Lusa de Negócios (SLN): é a ‘holding’ que detém as participações financeiras e não financeiras do grupo. As ‘sub-holdings’ BPN SGPS, detida a 100%, detém, por sua vez, a totalidade do capital do BPN, S.A. O Grupo Português de Saúde é detido a 100% pela SLN, SGPS.

- BPN SGPS: esta sociedade engloba o BPN, o BPN Cayman , o Banco Efisa, o BPN Brasil, o BPN IFI (Cabo Verde ), o BPN Crédito IFIC, o BPN Gestão de Activos, o BPN Imofundos, as seguradoras Real Seguros e Real Vida Seguros, as corretoras de seguros AVS e Solução e a corretora Fincor. O BPN Banque (França) é apenas uma sucursal do BPN, com quatro agências, e não um banco autónomo.

- Grupo Português de Saúde: possui o British Hospital em Lisboa, o Centro Hospitalar de S.Francisco, a IMI (Imagens Médicas Integradas), a Cedima, a Microcular e a gestão dos hospitais de São Luís (Lisboa) e Santa Maria (Porto).

- SLN Investimentos: gere o WR Hotel Costa da Caparica, tal como o Santa Maria Park Hotel, em São João da Madeira ou o Hotel do Caramulo.

Mundial de Râguebi

Mundial de Râguebi 2007-09-07 00:05

Selecção entra no negócio dos duros e defronta a Escócia

Primeiro jogo de Portugal é Domingo contra a Escócia. Segue-se a Nova zelândia.

Por Luís Neves Franco e Gonçalo Venâncio

O ‘e-mail’ chegou à federação em Junho, poucas semanas depois da vitória portuguesa por um ponto sobre o Uruguai. No remetente, o selo do IRS francês. No texto da mensagem, uma explicação pormenorizada sobre como deviam ser contabilizados os rendimentos dos jogadores durante a estadia em terras gaulesas. “Ficámos espantados, tal foi a surpresa”, confessa hoje os responsáveis da federação. “Não sabiam que éramos amadores”. A resposta seguiu foi pronta, curta e concisa: “Os nossos jogadores não recebem salários. Jogam por amor à camisola”. No domingo, três meses depois da carta que avisou o fisco francês do amadorismo nacional, Portugal deixa para trás as fragilidades financeiras. A selecção, composta por amadores, enfrenta a Escócia no seu primeiro embate do Grupo C. Para trás ficam quatro meses de treino com uma passagem pelos fuzileiros. E uma dieta que fez questão de colocar mais quatro ou cinco quilos nos ombros dos jogadores nacionais.

Durante esse período de estágio, os advogados, empresários e os jogadores semi-profissionais escolhidos que viajaram para Paris tiraram uma licença sem vencimento. “Chegámos a um acordo com os jogadores para que se pudessem dedicar em exclusivo à preparação para o Mundial” justifica o presidente da Federação Portuguesa de Râguebi, Dídio de Aguiar. Foi a primeira vez que a federação pagou a jogadores. Quanto? “Os valores variam, acrescenta. Mas ficam muito aquém do jogador que mais recebe neste campeonato - Matt Giteau, australiano, 75 mil euros por mês.

Para este Mundial, os “Lobos”, nome de código da selecção, levam mais de 470 mil euros, uma injecção suplementar para o orçamento da federação. Ao todo, o orçamento da federação ronda os 2,65 milhões de euros. Os principais financiadores foram o Instituto de Desporto de Portugal (IDP), com 210 mil euros, o Instituto de Turismo, com 40 mil euros, e o International Rugby Bureau (IRB), com 222 mil euros e o pagamento de todas as despesas do estágio de 10 dias no Canadá e da participação no Mundial, para além dos patrocinadores.

Este aumento deriva do crescimento das receitas provenientes dos patrocínios e do protocolo assinado com o IRB. Em termos percentuais, a comparticipação do IDP representava, em 2003, 95% do orçamento. Neste momento, este mesmo valor representa 50%, os patrocínios 25% e o IRB o restante. Apesar destes números terem duplicado nos últimos quatro anos, a realidade do râguebi nacional continua a anos-luz das outras equipas no Mundial. Em termos comparativos, o orçamento da federação nacional é mais pequeno do que uma equipa de râguebi da segunda divisão francesa.

Uma das principais fontes de receitas do râguebi noutros países, os direitos televisivos, é negada a esta modalidade em Portugal. “Desde o princípio, exceptuando o Mundial, todas as transmissões tinham que ser suportadas por nós. Quando contactámos a RTP2, que está supostamente aberta à sociedade civil, disseram-nos que tínhamos que pagar os custos de produção. Em Portugal tudo se paga”, criticou Rafael Valverde, que acumula a vice-presidência do BES Investimento com as funções na federação. “É estranho que a RTP, canal de serviço público, transmita todos os jogos de futebol de selecções AA, sub-21 e muitas vezes escalões mais baixos, e deixe o râguebi de fora. O ‘lobby’ do futebol é muito poderoso e obscurece muitos dos desportos ‘amadores’”, considera Jaime Carvalho, presidente da Secção de Râguebi da Associação Académica de Coimbra.

Outro problema é a falta de uma cultura desportiva em Portugal, o que dificulta a formação de atletas. “Em França, por um lado, temos as escolas que têm os alunos, por outro, as câmaras que têm as infra-estruturas, e, depois, os clubes que têm a parte técnica e de formação relativamente aos vários desportos. Para haver cultura desportiva é preciso que as pessoas façam desporto logo na escola”.

Nova CEO desde Maio

“O IRB, para além de querer uma maior profissionalização dos atletas, também quer, e apoia financeiramente, que a própria federação se profissionalize”, afirma Rafael Valverde. O primeiro passo para esta mudança foi dado com a contratação, em Maio, de uma CEO, Alda Borges Coelho, contratada à Jerónimo Martins. Um dos maiores problemas que os “funcionários têm é que os dirigentes estão num regime de ‘part-time’”, reconheceu o vice-presidente. Na lista dos sete elementos da direcção, todos exercem uma profissão, ocupando cargos de destaque na Galp, Somague, Tabaqueira, Dresdner e BES Investimento. O presidente é médico e acumula o cargo com a gestão de duas clínicas.

Além dos esforços para profissionalizar a estrutura, a ressaca do Mundial é um dos principais desafios. Espanha é o melhor exemplo.

A estreia no Campeonato do Mundo foi em 1999, e, passados 4 anos, estava a jogar no grupo C. Hoje estão apenas um lugar à frente de Portugal, depois do deserto de desinvestimento que foram os últimos anos. “Não tiraram vantagens nenhumas em participar no mundial”, salienta Rafael Valverde. Em termos financeiros, só é possível Portugal “ter sucesso se tivermos um apoio a médio prazo dos patrocinadores”.

Para isso tiveram o cuidado de negociar os contratos de patrocínio a quatro anos, acautelando um futuro que começa já este domingo. “Entramos preparados para morrer em campo”, dizia há poucos dias o capitão Vasco Uva. Contra Escócia, Itália e Nova Zelândia as hipóteses são poucas. Na federação sonha-se com um resultado mágico frente à Roménia, que alimente um negócios e o futuro de uma selecção que se lance este domingo no seu primeiro Mundial.

Oitocentos quilos de avançados

800 kg. È o peso conjunto dos oito avançados da equipa nacional, o que não os impede de correrem 100m em menos de 12 segundos. No 15 ideal destacam-se o capitão Vasco Uva e o “centro” Diogo Mateus. A grande questão é saber como se comportará uma equipa amadora numa modalidade onde, por regra, o mais forte ganha. Entre os opositores que a equipa nacional vai enfrentar, sobressai de imediato um colosso: a temida Nova Zelândia. A equipa número um do ‘ranking’ mundial, eterna favorita à conquista do ceptro, apenas venceu o campeonato na sua edição inaugural, em 1987. Fisicamente muito fortes, os míticos “All Blacks” imprimem um ritmo demolidor ao seu jogo. Dan Carter (1,79m e 92kg) é uma das vedetas de uma equipa que pode colocar facilmente dez dos seus jogadores no “15 de sonho” do Mundial. Neste contexto, o que será um bom resultado para Portugal? “Perder por menos de três dígitos”, afirma sem qualquer ilusão Dídio de Aguiar, presidente da Federação.Mas não é só a Nova Zelândia a impor respeito. Antes, na jornada inaugural do campeonato, Portugal vai encontrar a Escócia, um histórico do râguebi que teve uma participação decepcionante no último torneio das Seis Nações. Os actuais décimos primeiros classificados do ‘ranking’ são caracterizados pela sua fortíssima ponta avançada na qual se destaca Chris “Mossy” Paterson, um “chutador” temível de qualquer ponto do terreno. Os escoceses apontam para o segundo lugar do grupo, mas vão contar com a forte oposição da Itália. Donos de um râguebi elegante, ao melhor estilo latino, os “Azurri” contam nas suas fileiras com alguns jogadores argentinos e neozelandeses que acrescentam força ao seu jogo. Actualmente na nona posição do ‘ranking’, os italianos defrontaram os“Lobos” na fase de apuramento para este mundial. Resultado: 83-0 a favor dos “Azurri”.