segunda-feira, outubro 08, 2007

10º Aniversário da Fundação Portuguesa das Comunicações


10 anos Fundação Portuguesa das Comunicações comemora aniversário


Telecom em evolução constante e acelerada

Data: 04/10/2007 Publicação: SEMANÁRIO ECONÓMICO Autor: LUIS NEVES FRANCO


"Os serviços móveis são um exemplo do que mudou nestes 10 anos . Há 10, 15 anos, eram praticamente inexistentes, agora correspondem a três mil milhões de unidades móveis espalhadas por todo o mundo. Correspondem a um impacto social e na vida dos cidadãos", afirmou em entrevista ao "Semanário Económico" José Luís Mota, presidente da Fundação Portuguesa das Comunicações (FPC).
De acordo com os dados disponíveis no site da Anacom, "no final do segundo trimestre de 2007 existiam 12,4 milhões de assinantes do Serviço Telefónico Móvel". Há 10 anos , o número de assinantes era de apenas 1,5 milhões.
Na mesma altura, "existiam cerca de 1,68 milhões de clientes do serviço fixo de acesso à Internet em Portugal", dos quais 1,5 milhões com ligações de banda larga, segundo a mesma fonte. Em 1997, existiam apenas 88,2 mil clientes individuais e empresarias.
Estes números permitem perceber, desde logo, a rápida evolução do sector em termos de número de utilizadores.

Uma evolução potenciada pela concorrência. "A 'luta' concorrencial entre os grupos acaba por trazer mais notoriedade ao sector e uma velocidade de inovação maior. A capacidade dos utilizadores escolherem entre várias alternativas pode fazer com que cada um dos operadores se sinta motivado, para eles é uma questão de sobrevivência garantirem que a sua oferta é permanentemente inovada, sob pena de ficarem fora do mercado", afirma José Luís Mota.
No ano da constituição da FPC, o telefone fixo ainda era o principal meio de comunicação por voz e os telemóveis tinham o mesmo fim. Hoje, os telemóveis permitem, para além das opções tradicionais, aceder à Internet directamente no aparelho e com uma largura de banda próxima da rede fixa, e, até, indicar-nos o melhor caminho para o local de uma reunião, com a tecnologia GPS.
No acesso à Internet por rede fixa, as condições e os preços mudaram de forma drástica. Há 10 anos , falava-se em Kbytes por segundo, hoje fala-se em Mbytes , sem limite de tráfego, quer em termos de tempo quer de volume de informação. Nos conteúdos, mudou-se do paradigma produtor-muitos espectadores, para o conceito de Web 2.0, com uma maior interactividade entre cidadãos, empresas e o próprio Estado. Este ano comemora-se também o décimo aniversário da Google. "Esta, e como ela outros operadores de Internet, criou uma realidade de acumulação e capacidade de pesquisa de informação que não existia, porque a tecnologia não permitia", salienta o presidente da FPC.

Mostrar o passado e perspectivar o futuro. O que era uma inovação há quatro anos, pode hoje ser objecto de museu. Para José Luís Mota, "o passado torna-se passado cada vez mais depressa. Todos os jargões que se utilizavam há cinco/ 10 anos em relação à convergência entre multimédia e telecomunicações, por exemplo, estão a confirmar-se na prática corrente." Na FPC, a história é já encarada desta forma e o seu espólio "é referente ao passado, quer seja um passado com 400 anos, quer com quatro anos". O presidente salienta ainda a divulgação daquilo que pensa serem as tendências para o futuro. "Com a 'Casa do Futuro' ou a 'Escola do Futuro' pretendemos criar uma oportunidade para que as pessoas vejam as novas tecnologias, e as possam experimentar, antes de aderir".
Para os próximos 10 anos , a FPC pretende continuar e aprofundar as parcerias com todos os actores deste mercado, operadores e indústria, por forma a cumprir melhor o seu objectivo de divulgar e preservar o passado e o presente das comunicações, bem como para a massificação das tecnologias.


Fundação Portuguesa das Comunicações
Com 10 anos de existência formal, assinalados na terça-feira, "tem como instituidores a ANACOM, que é o regulador sectorial, a PT e os CTT, que acumularam durante muitos anos um enorme espólio, dada a natureza monopolista dos serviços que era feita até à altura" conta José Luís Mota, presidente da Fundação . O projecto nasceu em 1990, quando estava a ser preparada a cisão dos CTT que levou à constituição da Portugal Telecom e dos actuais CTT. "A nossa actividade core é promover a divulgação do passado, do presente e das tendências de evolução de futuro, em termos de telecomunicações e correios, para que isto seja considerado um centro de demonstração e possa dar um contributo, à escala daquilo que podemos fazer, para que a massificação do acesso às tecnologias se acelere", acrescenta. Além da gestão do património herdado e recolhido ao longo dos 10 anos , a fundação apoia actividades de investigação através de incentivos e protocolos com instituições de ensino, como o ISEG e a UAL Para o futuro, pretendem alargar a "área de influência natural", a Grande Lisboa, através de parcerias com outras entidades, bem como continuar a envolver os restantes actores deste sector.
Em 10 anos muito mudou nas telecomunicações. A internet está cada vez mais presente na vida das pessoas e das empresas. O acesso mais barato, mais rápido e com mobilidade quase total. Em Portugal há três operadores móveis com serviços cada vez mais inovadores. O telemóvel já não serve apenas para falar. E ainda muito está por vir.