sexta-feira, janeiro 19, 2007

Ramos Horta ameaça demissão

Instabilidade política em Timor-Leste
Setembro de 2006


A instabilidade mantém-se em Timor-Leste quatro meses depois do envio das forças policiais e militares de Portugal, Austrália, Malásia e Nova Zelândia que puseram fim aos conflitos registados em Abril e Maio. Perante este clima, o primeiro-ministro timorense empossado há apenas dois meses, José Ramos Horta, ameaçou quarta-feira demitir-se, acusando “ todos aqueles que em vez de contribuírem para estabilizar, continuam a desestabilizar as instituições do Estado".

Em declarações à Lusa, após ter presidido à cerimónia de transferência de poderes da polícia internacional, UNOTIL, para as forças policiais enquadradas nas Nações Unidas, UNPOL, Ramos Horta escusou-se a identificar os responsáveis pelos distúrbios. O primeiro-ministro timorense comprometeu-se, contudo, a tornar públicos os nomes destes, no momento certo.

Dos 1608 polícias estrangeiros previstos para a UNPOL, 550 já se encontram em Timor-Leste, esperando-se a chegada dos restantes 1058 efectivos até ao final de 2006. O comandante desta força, o português Antero Lopes, assegurou à Lusa após a cerimónia de transferência de poderes que "vamos ter os 1.608 polícias autorizados pelas Nações Unidas, de várias nacionalidades, e cerca de 3 mil agentes da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) a trabalhar em conjunto".

A Frente Nacional para a Justiça e Paz (FNJP), liderada por Alves Tara, ex-major das forças armadas timorenses, organizou terça-feira um encontro em Gleno, 50 quilómetros a sul de Díli, para preparar novas manifestações para pressionar a demissão do governo, caso este e o parlamento não efectuem reformas no sistema judicial e preparem legalmente as eleições legislativas e presidenciais previstas para Abril ou Maio de 2007.

A Comissão Independente de Investigação da ONU, presidida pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, criada para averiguar os responsáveis e todos os factos relativos aos confrontos de Abril e Maio, deverá entregar o relatório final a 7 de Outubro. Neste relatório vai constar, segundo Sérgio Pinheiro, os nomes dos responsáveis e recomendar acções judiciais contra estes, a serem instauradas pelos órgãos competentes de Timor-Leste.

Os confrontos de 28 e 29 de Abril deveram-se à intervenção das forças armadas timorenses, enviadas pelo então primeiro-ministro Mari Alkatiri, para conter uma manifestação dinamizada por ex-militares, suplantando a Polícia Nacional timorense. Entre 23 e 25 de Maio, registaram-se na zona de Dìli combates entre as forças armadas e militares sublevados. Deste período de confronto resultaram cerca de 30 mortos e 160 mil deslocados internos e a demissão de Mari Alkatiri. Encontram-se ainda cerca de 80 mil timorenses em campos de acolhimento, apoiados pelas agências das Nações Unidas, distribuídos pela capital.

Apesar do clima de instabilidade, existem alguns sinais de esperança. O ano lectivo de 2005/2006 recomeçou na segunda-feira, contanto com a presença de 117 portugueses. Este ano lectivo tinha sido suspenso em Junho devido aos confrontos, estando agora programado um período de conclusão de programas e de preparação para os exames nacionais. O Ministério da Educação e Cultura de Timor-Leste pretende, deste modo, que seja possível começar o presente ano lectivo (2006/2007) no início de Novembro. Para a ministra da tutela, Rosália Corte-Real, "o apoio que a Cooperação Portuguesa nos tem prestado desde a recuperação da nossa independência é de um valor inestimável".
Post Scriptum: Esta noticia foi elaborada no âmbito do Atelier de Imprensa do CENJOR

Luso-canadianos continuam pouco canadianos

Setembro de 2006

Passados 50 anos da chegada dos primeiros emigrantes portugueses ao Canadá, os luso-canadianos continuam a sentir a diferença de tratamento relativamente aos nativos e aos restantes grupos étnico-culturais. Até 31 de Dezembro, os emigrantes com residência permanente no Canadá deverão requerer o Cartão de Residente, servindo este como documento de identificação para a reentrada no Canadá. Ao mesmo tempo, não se encontra nenhum luso-canadiano no grupo de 21 pessoas que integram o conselho consultivo criado pelo novo presidente da câmara de Toronto.

As comemorações do cinquentenário da chegada dos portugueses ao Canadá terminam este sábado. Neste dia será celebrada uma missa, em português, naquela que foi a primeira igreja dos luso-canadianos, a Igreja de Santa Maria, em Toronto. Após a missa decorrerá uma recepção que estará aberta a toda a comunidade. Foram convidados, para esta celebração, o cônsul-geral de Portugal em Toronto e o presidente da Câmara Municipal de Toronto.

Apesar deste convite e da participação da comunidade lusa na vida da cidade de Toronto durante os últimos cinquenta anos, o novo “mayor” da cidade, David Miller, não convidou nenhum luso-canadiano a participar no conselho consultivo da câmara. Esta posição causou alguma perplexidade nos luso-canadianos pois, apesar de aceitar ser difícil incorporar todos os grupos étnico-culturais num conselho com 21 pessoas, consideram que revela o esquecimento do grande contributo dos luso-canadianos para a cidade. Para Fernando Costa, advogado e residente em Toronto, em declarações à agência Lusa, “a comunidade portuguesa é uma das maiores e mais antigas desta cidade”, estranhando esta opção de David Miller. Adianta ainda que foi um dos apoiantes do “mayor”, acreditando que este iria conduzir uma “governação municipal que não excluísse ninguém”.

Entrando em vigor a 31 de Dezembro, o Cartão de Residente permite, segundo as autoridades, combater as migrações ilegais, permitindo identificar quem já é residente permanente, não sendo cidadão canadiano, à entrada no país. Devido à importância atribuída a este documento, as autoridades canadianas estão a proceder a diversas acções de divulgação e explicação das regras inerentes a este. Os residentes permanentes que estejam no estrangeiro, que não possuam Cartão de Residente e que só regressem depois de 31 de Dezembro, deverão requerer um documento provisório de viagem, tendo que obter o documento oficial logo que possível.

Post Scriptum: Esta noticia foi elaborada no âmbito do Atelier de Imprensa do CENJOR

Nelas e Portalegre: Fábricas encerram até Agosto de 2007

Setembro de 2006
A Johnson Controls anunciou na passada terça-feira o encerramento das unidades fabris de Nelas e de Portalegre, provocando o despedimento de cerca de 650 e 250 operários, respectivamente.
A multinacional norte-americana é um dos principais grupos fornecedores de sistemas interiores, electrónicos e baterias para automóveis. A empresa justificou o fecho de duas das três fábricas em Portugal com “o excesso de produção e pressão nos aumentos de custos”, em comunicado.
O comunicado adianta ainda que a produção de ambas as fábricas deverá ser transferida, “gradualmente”, para outras unidades na Europa.
O comunicado foi tornado público depois de uma reunião com os trabalhadores da fábrica de Portalegre. Os operários da unidade de Nelas foram surpreendidos, ao receberem esta notícia pelos meios de comunicação social.
Post Scriptum: Esta noticia foi elaborada no âmbito do Atelier de Imprensa do CENJOR

Iraque/Guerra: EUA cumprem ultimato ao Iraque(Síntese)

20-03-2003 03:40:00


Lisboa, 20 mar (Lusa) – Começou o ataque ao Iraque, uma hora e meia depois do fim do prazo dado pelos EUA a Saddam Hussein. Desde as 05:35 iraquianas (02:35 em Lisboa) que os EUA estão a bombardear diversos alvos na zona de Bagdad. Segundo a administração dos EUA, estes bombardeamentos “cirúrgicos” fazem parte de uma operação militar destinada ao desarmamento do Iraque.
Até às 06:36 locais (03:36 em Lisboa) registaram-se três ataques aéreos, não estando ainda confirmados os locais atingidos.
Registou-se apenas um grande incêndio junto do rio Tigre, a sudoeste de Bagdad, podendo ter origem numa refinaria de petróleo (informação por confirmar), segundo a EFE.
Segundo fonte da administração Bush, os ataques começaram depois do serviços secretos dos EUA terem identificado a presença de dirigentes iraquianos nos locais visados pelos bombardeamentos. Esta fonte escusou-se a identificar estes dirigentes, não tendo confirmado o êxito dos ataques “cirúrgicos”.
O presidente dos EUA, George W. Bush, no discurso que fez uma hora depois do início da ofensiva, assegurou que “agora que o conflito começou, a única forma de limitar a sua duração é aplicar uma força decisiva”, justificando a forma massiva como decidiram começá-lo.
Post Scriptum: Esta noticia (no genero da Lusa) foi elaborada no âmbito do Atelier de Imprensa do CENJOR

Não há cães perigosos, os donos é que podem ser


Chegando ao Parque Infantil do Alvito, em Monsanto, num domingo como outro qualquer, deparei com uma imagem deprimente, por um lado, e reconfortante, por outro. A associação SOS Animal organizou, no domingo passado, a 15ª campanha de adopção de animais e de recolha de donativos. Olhando para os animais que estavam presos junto à entrada do parque infantil, vê-se o olhar triste, quase que pedindo atenção, carinho e dedicação. Parece que dizem: “só quero um espaço para viver feliz, em troca dou todo o amor e carinho que for capaz”. Estes são animais desgostosos com as más experiências que tiveram na sua relação com os seres humanos.

Como em todos os setembros, as ruas das cidades estão cheias de cães e gatos abandonados antes e durante o Verão por pessoas para quem os animais são objectos descartáveis. No entanto, para uma das coordenadoras deste evento, Lígia Santos, existe uma maior “receptividade das pessoas para terem um animal”, neste período de pós-férias.

A comprovar este sentimento está o facto de, nas primeiras três horas do evento já terem sido adoptados 10 dos 30 animais presentes. Para além dos números, fica na memória a vontade de dedicação a um ser vivo que depende de nós, espelhada no olhar dos novos donos e na forma como pegam nos cães e nos gatos. Lígia Santos reafirma que o que se pede é “que os tratem bem, que tenham espaço para eles e que os vejam como um membro da família que também sofre por vezes”.

Para Vasco Santos, um dos novos companheiros de um cão, a adopção de um animal corresponde à realização de um sonho. "Sempre quis ter um cão mas não tinha condições, agora que mudei de casa já o posso ter", afirmou à Lusa. Agora que viu o seu sonho cumprido, comprometeu-se a “tratá-lo muito bem e fazê-lo feliz”.

Para além da adopção de animais, a 15ª edição SOSAnimal – Alvito pretendeu recolher diversas doações, tendo sido entregues diversos sacos de ração, brinquedos e outros bens destinados ao bem-estar dos animais que ainda vivem em cativeiro, à espera de uma família de adopção.

O abandono e maus-tratos a animais são um fenómeno a que demasiadas vezes se assiste. Por isso existem associações de protecção dos animais como a SOS Animal, cuja acção passa pela organização de eventos como este, um pouco por todo o país, que servem, para além dos objectivos implícitos, para consciencializar as pessoas para este fenómeno que fere os valores humanos. Como disse Gandhi, “o grau de civilização de uma sociedade mede-se pela forma como trata os animais”.
Post Scriptum: Esta reportagem foi escrita no âmbito do Atelier de Imprensa do CENJOR.

“Nunca abdicarei da minha vida pessoal para me dedicar ao trabalho”

Entrevista: Dora Soares, formanda do Atelier de Imprensa do CENJOR
Setembro de 2006
Com a sua habitual boa disposição, Dora Soares considera que não seria capaz de um trabalho de secretária. Desde que se lembra que gosta de comunicar, de falar e de conhecer pessoas e por isso decidiu dedicar-se ao jornalismo. Depois de um estágio curricular de três meses na TSF, encontra-se, neste momento, à procura do primeiro emprego, como muitos dos recém-licenciados.
Como vê o seu futuro profissional?
Infelizmente, vejo-o muito escuro, mas com uma luz ao fundo do túnel. O mercado de trabalho da comunicação social está sobrelotado.

Como pensa resolver a sua situação actual?
Estou a começar a enviar currículos para empresas e estou a frequentar o Atelier de Imprensa no Cenjor [Centro Protocolar de Formação Profissional de Jornalistas]. Para além disso, estou a pensar frequentar a pós-graduação em Marketing no IPAM [Instituto Português de Administração e Marketing]. Considero que esta é uma área em crescimento e com muita saída profissional. Para além de que gosto de marketing e de gestão de empresas.

O que é necessário para se ter um bom futuro profissional?
Conhecer as pessoas certas e humildade. Este valor aprendi-o durante o meu estágio na TSF, pela forma como me tratavam. Apesar de terem começado por me tratar como se fosse uma mera “estagiária”, não me dando o devido valor, acabaram por me dizer que fazia parte da equipa.

Qual o meio de comunicação social a que se quer dedicar?
À rádio. Adoro falar para um microfone e saber que alguém me está a ouvir. Não gosto da televisão e das câmaras, com a luz vermelha a piscar. Intimida-me. A imprensa não me estimula.

Não sendo a imprensa a área à qual te queres dedicar, porque estás a frequentar o Atelier de Imprensa do Cenjor?
Principalmente, para adquirir mais formação profissional e para um contacto com este meio. Quero aprender a escrever para a imprensa, de forma a me abrir mais algumas portas. Enriquece-me o currículo e profissionalmente. Depois de um estágio na TSF, pretendo conhecer melhor todas as áreas.

Considera que os seus objectivos se estão a cumprir?
Em qualquer curso prático saímos sempre com mais conhecimento e competências. Apenas depende dos professores, dos colegas e da forma como nos dedicamos.

Alterou a vontade de se dedicar à rádio?
Não. Continuo a preferir a rádio. Há um contacto com as pessoas de que eu gosto mais. Saber que está alguém a ouvir-me motiva-me.

Conhecendo o ritmo do trabalho jornalístico, como encara a falta de tempo para a vida pessoal?
Para mim, o mais importante é a minha vida pessoal e a família. Em primeiro lugar estará sempre a minha família. Nunca abdicarei da minha vida pessoal para me dedicar ao trabalho.

Existe alguma censura na comunicação social?
Existe sempre, implícita ou explícita. Vivemos numa sociedade democrática, mas ela existe.

Que fontes de censura existem?
Principalmente os interesses económicos.

Como encara a falta de ética de que são acusados alguns jornalistas?
Acima de tudo, temos que ser sempre bons profissionais. Não se pode ser um bom profissional se não se respeitar os valores éticos. Neste momento, considero que não aceitaria trabalhar sem respeitar estes valores. Contudo, daqui a uns anos, tendo comida para pôr em cima da mesa, carro e casa para pagar, talvez me sentisse obrigada a fazê-lo. Não sei, teria que ponderar.
Nome: Dora Cristina Santinho Camacho Vaz

Breves - Setembro de 2006

Casas roubadas em Quarteira. A GNR deteve, ontem, três suspeitos de 14 furtos a residências. Nas buscas às casas dos alegados assaltantes foram recuperados bens no valor de metade do material roubado, avaliado em dois mil contos. Apenas um dos indivíduos ficou retido.


O transporte de bicicletas nos barcos da Transtejo passou a ser gratuito desde ontem. No dia anterior completaram-se dois anos do lançamento da campanha de transporte gratuito aos fins-de-semana e do passe bicicleta+condutor. Esta medida foi anunciada pela operadora no passado dia 26 de Setembro.


PSP combate tráfico de droga. Foram detidos, ontem, 11 suspeitos de tráfico e 6 de consumo de estupefacientes em Portimão e Olhão. A PSP apreendeu 300 doses de cocaína, 450 de heroína e 115 de haxixe que estavam na posse dos 16 indivíduos detidos em Portimão. O único detido em Olhão encontrava-se na posse de 170 doses de heroína, para além de outro material ligado ao tráfico.
Após a apresentação em tribunal, o suspeito de Olhão e 10 dos 16 indivíduos detidos em Portimão ficaram a aguardar julgamento em prisão preventiva.

Ford Lusitana é a nova inquilina da Expo98. A empresa adquiriu ontem um terreno na área da Expo98. A Ford pretende instalar nesse terreno, com uma área bruta de construção de 9 530 metros quadrados, um stand com oficina e escritórios.
Através da assinatura do contrato entre o vice-presidente da Ford Lusitana, Filipe Barbeitos, e o comissário-geral da Expo98, Torres Campos, a Ford Lusitana tornou-se na mais recente parceira do projecto urbanístico da Expo98.
Post Scriptum: Estas breves foram escritas no âmbito do Atelier de Imprensa do CENJOR.

BE propõe Estrutura Ecológica


Quarta-feira, 19 de Julho de 2006

José Sá Fernandes, vereador independente eleito pelo Bloco de Esquerda para a Câmara Municipal de Lisboa, apresenta hoje, em Sessão de Câmara, uma proposta que suspende e proíbe qualquer construção que ponha em causa o Plano Verde para Lisboa.

Para tal, propõe à Câmara Municipal de Lisboa que os serviços dos espaços verdes e ambiente da CML emitam um parecer, no prazo de dois meses, sobre este projecto de Plano Verde para Lisboa e sobre as medidas cautelares propostas. Sá Fernandes propõe a suspensão de qualquer construção em execução e a proibição de novas nos espaços abrangidos por este projecto, até à revisão do Plano Director Municipal (PDM), em 2008. Depois da apreciação pela CML e seus serviços, Sá Fernandes solicita que estas propostas sejam submetidas a votação na Assembleia Municipal de Lisboa.
Segundo esta proposta, “uma Estrutura Ecológica Municipal tem como funções e objectivos: a libertação de oxigénio e “sumidouro” de CO2; a fixação de poeiras; a protecção dos ventos e regularização de brisas; a circulação da água pluvial a céu aberto e infiltração, promovendo a utilização da água local e torrencial; o enriquecimento da biodiversidade; a regularização de amplitudes térmicas e da luminosidade atmosférica; a contribuição para o abastecimento em produtos frescos; e a criação de espaços de recreio e percursos culturais.”
A proposta do vereador eleito pelo BE foi apresentada em sessão pública, na passada segunda-feira, na Sala do Arquivo do edifício principal da CML. De entre uma sala cheia de pessoas interessadas, encontravam-se o arquitecto Gonçalo Ribeiro Teles, co-autor desta proposta, Eugénio Sequeira, Presidente da Liga de Protecção da Natureza, Francisco Ferreira, da Quercus e vários representantes de outros partidos.
Na sessão de apresentação desta proposta, Sá Fernandes, conhecido pelo bloqueio ao Túnel do Marquês, começou por ironizar com o facto de, hoje, se “mudar o nome às coisas: à construção ilegal em espaços impróprios chama-se planos de pormenor, (...) à destruição de património chama-se marcas da contemporaneidade, (...) aos espaços verdes chama-se ecologia.”

“Pensar em Lisboa…”

Para o vereador da CML “pensar em Lisboa é pensar na criação de espaços de recreio e de lazer (...). É pensar em contínuos naturais que existem, ainda hoje, em Lisboa. Áreas onde se privilegia a circulação e a qualidade do ar e da água. Pensar em Lisboa é pensar na sua morfologia, nas suas potencialidades biológicas e, também, na sua paisagem histórica e cultural.”
“Pensar em Lisboa é pensar nos contínuos naturais que se interligam com contínuos culturais. Como, por exemplo, podemos ver na linha Carnide, Paço do Lumiar, Lumiar, Ameixoeira, Charneca do Lumiar, onde existe, de facto, um contínuo natural que, ainda por cima, continua noutros concelhos. É, deste modo, o grande contínuo que hoje podemos identificar na Área Metropolitana de Lisboa. (...) Outro grande contínuo é a zona ribeirinha, prolongando-se desde Algés até ao moderno Parque das Nações.”
Sá Fernandes salientou, ainda, a importância da zona antiga da cidade e da malha pontual de zonas verdes, “a das cercas e dos jardins públicos e privados”. Porque estes, “juntamente com a grande carga cultural destes locais”, constituem belíssimas paisagens e “percursos notáveis”, propiciadores do bem-estar dos lisboetas e dos turistas.
A proposta apresentada considera todos estes factores como as razões substanciais para a sua elaboração. “É este conjunto de contínuos naturais com uma malha pontual na parte densa da cidade, é isto que é uma estrutura ecológica.”
Para além destas razões, para o vereador bloquista, existem motivos legais para a apresentação deste Plano Verde para Lisboa. “Hoje é obrigatório as cidades terem uma estrutura ecológica. Assim o diz a lei que regulamenta os instrumentos de gestão do território, como diz o próprio Plano Regional de Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa”.
“Mas também existem razões de oportunidade. Porque se a revisão do PDM de Lisboa só vai acontecer daqui a dois anos, não podemos, durante estes dois anos, perder território essencial para esta estrutura ecológica.”
Sá Fernandes apresenta, assim, alguns exemplos que demonstram que, se não forem tomadas medidas urgentes, se perdem estas áreas essenciais à cidade de Lisboa.

“Os exemplos fazem-me temer o pior!”

“O Plano de Urbanização do Bairro Alto diz expressamente: Não é permitido mexer no solo vivo e no coberto vegetal. Pois era precisamente o que estavam a fazer [no Jardim do Colégio dos Inglesinhos]. Precisamente o derrube de árvores e, com uma escavadora, a mexer no solo. (...) Felizmente, foi ganha, hoje [segunda-feira], uma providência cautelar para parar com esta barbaridade, infelizmente não foi ganha na semana passada.”
“Outro exemplo tem a ver com o único jardim público existente no Chiado, o Largo Barão Quintela. Pois, aqui, o que este executivo [camarário] prevê é um parque de estacionamento, com a destruição deste local.”
No princípio do vale de Alcântara, “a CML apresenta um projecto do costume, destruição completa do Bairro da Liberdade e prédios de 4 a 10 andares. Mais grave ainda, a câmara recusa-se a discutir uma proposta alternativa, apresentada e aceite pelos moradores deste bairro, que mantém o traçado bem como a envolvente do próprio Aqueduto.”

Projecto alternativo para o Bairro da Liberdade

“Outro exemplo, na frente ribeirinha, é aquilo que se pretende fazer entre Santa Apolónia e o Jardim do Tabaco: um posto para 7 paquetes de 10 andares. Deixamos de ver o rio. É impensável que se destrua a frente ribeirinha que nós conquistámos.”
Por fim, Sá Fernandes realça um exemplo de um património, propriedade municipal, abandonado e deixado à vandalização, a Quinta da Nossa Senhora da Paz, no Lumiar. Este espaço, “com um património riquíssimo, está completamente abandonado e o edifício está completamente vandalizado porque tem todas as portas completamente abertas.”
O vereador da Câmara Municipal de Lisboa apresenta estes exemplos como denúncia e como alerta para o facto de se estar a destruir património natural e cultural, as vistas e a possibilidade de manutenção e criação de contínuos naturais e de uma malha pontual de espaços verdes.
“É certo que temos sempre desculpas para tudo. É o investimento turístico! É a modernidade! Não é moderno fazer isto!? É impensável que em Sevilha se destruam os pátios andaluzes. Não há um sevilhano que deixe destruir um pátio andaluz. Como não deve haver um lisboeta que deixe destruir o Jardim do Inglesinhos ou o Largo do Barão Quintela.”
Para o arquitecto Gonçalo Ribeiro Teles, co-autor do projecto de Plano Verde, “isto é de tal forma uma obra colectiva, que custa encarar tanta gente que pensou Lisboa e que pensou bem. Foi, de facto, um esforço colectivo que tem sido sistematicamente deitado fora. Em nome dos juristas que não sabem o que é uma reserva ecológica e uma reserva agrícola, em nome até dos ajardinados espaços verdes, que os presidentes das câmaras julgam que é uma [simples] decoração para a sua cidade, e em nome dos técnicos que não sabem fazer uma vertente sem a betonizar. É um processo cultural muito grave que se traduz em problemas de sustentabilidade.”

“A Câmara não vai ter a lata de não a aprovar!”

De facto, segundo este conhecido arquitecto, a necessidade de elaboração e apresentação deste plano deve-se ao facto de estarmos num momento em que “parece que a coisa bateu no fundo”. Para o autor da sede da Fundação Gulbenkian, “pensar em Lisboa é pensar em Portugal”, porque Lisboa é uma referência para o país. “O que se passa em Portugal é, infelizmente, o que se passa em Lisboa”, abandono e destruição das zonas naturais.
Por outro lado, Gonçalo Ribeiro Teles considera que, tal “como está organizada a proposta de José Sá Fernandes, a Câmara não vai ter a lata de não a aprovar!”
Em conclusão, o vereador eleito pelo BE considera que a “proposta resulta de sucessivas ideias e discussões que tem havido. Se calhar pode ser melhorada. O Plano Verde pode ser melhorado.”
“Mas a proposta em si tem esta particularidade. É que a proposta para a câmara deliberar tem um objectivo. É uma proposta para medidas provisórias. É dizer, nestes próximos dois anos não se podem cometer barbaridades, até à aprovação do PDM. E depois, tem outra consequência, durante estes dois anos temos que discutir a Estrutura Ecológica da cidade de Lisboa.” Sá Fernandes afirma que fez “uma proposta para se discutir com todas as forças políticas e com todos os interessados.”
Em resposta a Gonçalo Ribeiro Teles, o vereador da Câmara de Lisboa espera “que a Câmara não tenha a lata de chumbar esta proposta, mas eu não ponho as mãos no fogo!”

Post Scriptum: Esta reportagem foi escrita para a cadeira de Atelier de jornalismo Escrito, na escola Superior de Comunicação Social

terça-feira, janeiro 16, 2007

Curriculum Vitae

Luis Neves Franco
3 de Janeiro de 2007



Dados Pessoais

- Nome: Luis Neves Franco
- Data de Nascimento: 30 de Outubro de 1981
- Naturalidade: Alvalade, Lisboa
- E-mail: luisnevesfranco@gmail.com

Habilitações Académicas:

- Licenciatura em Ciências da Comunicação – Ramo Jornalismo na Universidade da Beira Interior (UBI), tendo frequentado o último ano da licenciatura na Escola Superior de Comunicação Social (ESCS-IPLisboa), no curso de Jornalismo, no âmbito da vertente de Mobilidade Nacional do programa POCI 2010
- Frequência e conclusão do 2º ano da licenciatura em Organização e Gestão de Empresas (Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE) – 1999 a 2001)


Habilitações Extra:

- Curso de Webdesign (Centro Protocolar de Formação Profissional de Jornalistas (CenJor), 160 horas)
- Curso de Técnicas de Comunicação Oral (CenJor, 30 horas)
- Atelier de Imprensa (CenJor, 120 horas)
- Curso de Técnicas Fotográficas II (CenJor, 80 horas)
- Curso de Cor e Tratamento Digital de Imagem (CenJor, 2006, 160 horas)
- Curso de Iniciação à Fotografia (CenJor, 2006, 80 horas)
- Workshop de Formação Teatral (Teatr’UBI - Teatro Universitário da Covilhã, 2001/2002)
- Curso Livre de Estudos Políticos (Instituto Superior Técnico (IST), 2001)
- Curso de Iniciação à Fotografia (ISCTE, 2000/2001)
- Domínio da língua inglesa (escrita e falada)
- Razoável domínio da língua francesa


Actividade Académica:

- Consultor da Comissão Organizadora do VI Encontro Nacional de Estudantes de Jornalismo e Comunicação (a realizar na Escola Superior de Comunicação Social – Lisboa, em 2007)
- Coordenador da Comissão Instaladora da Associação Nacional de Estudantes de Comunicação, desde 25 de Abril de 2005
- Membro da Assembleia do IPL desde Janeiro de 2006
- Membro do Conselho Pedagógico da ESCS-IPL desde Janeiro de 2006
- Colaborador do Zoom – Núcleo de Fotografia da ESCS-IPL desde Outubro de 2005
- Coordenador da Comissão Organizadora do IV Encontro Nacional de Estudantes de Jornalismo e Comunicação, realizado de 22 a 25 de Abril de 2005, na UBI
- Presidente da Direcção da AAUBI de Junho de 2003 a Maio de 2004, exercendo, por inerência, as seguintes funções:
o Coordenador das Secções de Política Educativa e de Acção Social da AAUBI;
o Representante no Conselho de Acção Social da UBI;
o Representante no Senado da UBI e sua Secção de Planeamento e Gestão;
o Membro do Conselho de Fundadores da Fundação Nova Europa.
- Membro da Assembleia da Universidade da UBI de 2003 a 2005
- Representante na Secção Pedagógica da UCP de Artes e Letras da UBI de 2003 a 2005
- Colaborador da Direcção da Associação Académica da UBI (AAUBI) (2002/2003)
- Presidente da Direcção do UBImedia (2002/2003)
- Membro do Teatr’UBI (2002), participando nas peças “Idiotas” e “Ferida na Garganta” (co-autor)
- Colaborador da Direcção do Núcleo de Estudantes de Ciências da Comunicação da UBI (UBImedia) (2001/2002)
Actividade Social:

- Membro-fundador da Aldraba – Associação do Espaço e Património Popular, desde 25 de Abril de 2005 (data da sua criação).
- Membro do SOS Racismo entre 1999 e 2000
- Escoteiro de 1986 a 1999

Funções Exercidas:

- Estágio em Jornalismo na Rádio Europa Lisboa 90.4 fm (3 meses)
- Formador da Rede Jacques Delors (Centro de Informação Europeia Jacques Delors) sobre a Estratégia de Lisboa (desde Maio de 2006)
- Membro do Conselho de Redacção do Boletim “Aldraba” da associação com o mesmo nome http://www.aldraba.org.pt/ (desde Junho de 2006)
- Colaborador do Jornal “8ª Colina”, (ESCS-IPL, 2005/2006)
- Colaborador no Urbi Et Orbi (Jornal On-line da UB – http://www.urbi.ubi.pi/ ) (de 2001 a 2005)
- Fotógrafo no Bar Amo-te Covilhã (Covilhã, 2005)
- Relações Públicas do Bar Santa Hora (Covilhã, 2004/2005)
- Cobertura Fotográfica do Imago 2002 (Festival de Cinema) para a revista Raia
- Discoteca & Companhia (Covilhã, 2001/2002)

Congressos:

- V Encontro Nacional de Estudantes de Jornalismo e Comunicação
(V ENEJC, Leiria, 2006)
- IV Encontro Nacional de Estudantes de Jornalismo e Comunicação (ENEJC (da qual foi Coordenador ), Covilhã, 2005)
- III Encontro Nacional de Estudantes de Jornalismo e Comunicação (Comissão Organizadora do Encontro Nacional de Estudantes de Jornalismo e Comunicação (ENEJC-CO), Coimbra, 2004)
- Encontro sobre Avaliação Pedagógica no Ensino Superior (Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESUP), 2004)
- II Congresso Ibérico de Ciências da Comunicação (UBI, Covilhã, 2004)
- 5º Encontro de Relações Públicas (Instituto Superior de Administração, Comunicação e Empresa (ISACE), Guarda, 2003)
- Colóquio Interprofissional “Os Media e a Justiça” (Sindicato dos Jornalistas (SINJOR) e Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP), Lisboa, 2002)