sexta-feira, janeiro 19, 2007

“Nunca abdicarei da minha vida pessoal para me dedicar ao trabalho”

Entrevista: Dora Soares, formanda do Atelier de Imprensa do CENJOR
Setembro de 2006
Com a sua habitual boa disposição, Dora Soares considera que não seria capaz de um trabalho de secretária. Desde que se lembra que gosta de comunicar, de falar e de conhecer pessoas e por isso decidiu dedicar-se ao jornalismo. Depois de um estágio curricular de três meses na TSF, encontra-se, neste momento, à procura do primeiro emprego, como muitos dos recém-licenciados.
Como vê o seu futuro profissional?
Infelizmente, vejo-o muito escuro, mas com uma luz ao fundo do túnel. O mercado de trabalho da comunicação social está sobrelotado.

Como pensa resolver a sua situação actual?
Estou a começar a enviar currículos para empresas e estou a frequentar o Atelier de Imprensa no Cenjor [Centro Protocolar de Formação Profissional de Jornalistas]. Para além disso, estou a pensar frequentar a pós-graduação em Marketing no IPAM [Instituto Português de Administração e Marketing]. Considero que esta é uma área em crescimento e com muita saída profissional. Para além de que gosto de marketing e de gestão de empresas.

O que é necessário para se ter um bom futuro profissional?
Conhecer as pessoas certas e humildade. Este valor aprendi-o durante o meu estágio na TSF, pela forma como me tratavam. Apesar de terem começado por me tratar como se fosse uma mera “estagiária”, não me dando o devido valor, acabaram por me dizer que fazia parte da equipa.

Qual o meio de comunicação social a que se quer dedicar?
À rádio. Adoro falar para um microfone e saber que alguém me está a ouvir. Não gosto da televisão e das câmaras, com a luz vermelha a piscar. Intimida-me. A imprensa não me estimula.

Não sendo a imprensa a área à qual te queres dedicar, porque estás a frequentar o Atelier de Imprensa do Cenjor?
Principalmente, para adquirir mais formação profissional e para um contacto com este meio. Quero aprender a escrever para a imprensa, de forma a me abrir mais algumas portas. Enriquece-me o currículo e profissionalmente. Depois de um estágio na TSF, pretendo conhecer melhor todas as áreas.

Considera que os seus objectivos se estão a cumprir?
Em qualquer curso prático saímos sempre com mais conhecimento e competências. Apenas depende dos professores, dos colegas e da forma como nos dedicamos.

Alterou a vontade de se dedicar à rádio?
Não. Continuo a preferir a rádio. Há um contacto com as pessoas de que eu gosto mais. Saber que está alguém a ouvir-me motiva-me.

Conhecendo o ritmo do trabalho jornalístico, como encara a falta de tempo para a vida pessoal?
Para mim, o mais importante é a minha vida pessoal e a família. Em primeiro lugar estará sempre a minha família. Nunca abdicarei da minha vida pessoal para me dedicar ao trabalho.

Existe alguma censura na comunicação social?
Existe sempre, implícita ou explícita. Vivemos numa sociedade democrática, mas ela existe.

Que fontes de censura existem?
Principalmente os interesses económicos.

Como encara a falta de ética de que são acusados alguns jornalistas?
Acima de tudo, temos que ser sempre bons profissionais. Não se pode ser um bom profissional se não se respeitar os valores éticos. Neste momento, considero que não aceitaria trabalhar sem respeitar estes valores. Contudo, daqui a uns anos, tendo comida para pôr em cima da mesa, carro e casa para pagar, talvez me sentisse obrigada a fazê-lo. Não sei, teria que ponderar.
Nome: Dora Cristina Santinho Camacho Vaz

1 comentário:

Unknown disse...

Olá Luís... espero que esteja tudo bem contigo... apaga os meus dados pessoais do fundo da tua entrevista sff... os jornalistas não devem usar as entrevistas para outros fins senao aqueles que foram comunicados ao entrevistado :P

beijinhos:)